Vários hectares de florestas foram devastados, na província do Cuando Cubango, em consequência de 5.868 incêndios, decorrentes de queimadas anárquicas, registadas de Janeiro até agora, informou, segunda-feira (31), na cidade de Menongue, o porta-voz do Serviço local de Protecção Civil e Bombeiros.

 

Albano Cutarica Jamba disse que, em comparação com igual período do ano passado, houve um aumento de mais de 2.268 casos de queimadas anárquicas, com principais consequências para o empobrecimento dos solos agrícolas, destruição da biodiversidade e desertificação.

O porta-voz da Protecção Civil e Bombeiros realçou que os municípios do Rivungo, Mavinga, Cuito Cuanavale, Cuangar e Calai foram os que mais registaram ocorrências.

Albano Cutarica Jamba apontou os camponeses, que ateiam fogo nas florestas para a abertura de novos campos agrícolas, pastores de gado e caçadores furtivos como os principais causadores de queimadas na província.

Além desses, o porta-voz destacou alguns automobilistas que, quando avariam junto às vegetações, para afugentar os animais selvagens, colocam fogo, descargas atmosféricas e a produção do carvão.

Apesar do registo das queimadas, garantiu que o Serviço de Protecção Civil e Bombeiros não tem o registo de mortes ou ferimentos de pessoas, tendo em conta que a maior parte dessas práticas têm sido realizadas em zonas isoladas.

Os dados em posse da Protecção Civil e Bombeiros têm sido recolhidos através dos boletins periódicos fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inamet) e do projecto "Mesa da SADC”, onde são controlados, em tempo real, a situação de fogos activos na província, por via satélite.

Explicou que o projecto "Mesa da SADC” é monitorizado pelo Centro de Coordenação Operacional da Protecção Civil e Bombeiros, que presta informações sobre a situação das queimadas em cada província.

Por exemplo, Albano Cutarica Jamba realçou que dados do último boletim do centro apontam que, de 26 a 28 do mês findo, 23 por cento do território do Cuando Cubango esteve com fogos activos, situação que preocupa as autoridades locais.

Por isso, no quadro da coordenação das actividades de prevenção e socorro, os efectivos do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros têm realizado acções de sensibilização e educação ambiental no seio das comunidades, para a contenção da prática de queimadas.

No Cuando Cubango, a prática de queimadas anárquicas é realizada, com maior incidência, com o aproximar das estação chuvosa, altura em que há um maior trabalho nos campos.

 

Fonte: Jornal de Angola