Uma metodologia criada pela startup Eccaplan, que atua no desenvolvimento e implementação de práticas socioambientais inovadoras, instalada na Incubadora USP/IPEN-Cietec, está sendo aplicada em empresas e atingindo uma taxa de reciclagem acima de 80%. O projeto, além de trabalhar a não geração e destinação correta de todos os resíduos, desenvolve bactérias e arquitetura para a realização de reciclagem acelerada dos resíduos orgânicos (cascas de frutas, legumes e restos de alimentos), gerando empregos e benefício ambiental.
De acordo com Fernando Beltrame, CEO da Eccaplan, este índice é bastante significativo, levando-se em conta que a taxa de reciclagem de resíduos gerados da cidade de São Paulo varia entre 2% a 3%. “Nossa ideia é disseminar, cada vez mais, o conceito e boas práticas relacionadas aos resíduos sólidos, com o objetivo de engajar pessoas, comunidades e empresas a planejarem e gerenciarem seus resíduos, enfatizando a não geração e uma grande mudança na forma atual do fluxo de materiais na sociedade, deixando um legado positivo às gerações futuras”, afirma.
Como funciona
Por meio de programas de ação e educação contra as mudanças climáticas, como Sou Resíduo Zero, projeto de gestão de resíduos, a consultoria busca alternativas para a destinação correta dos resíduos gerados pelas empresas.
O processo começa com a separação de resíduos (de obras, refeitórios, supermercados, hotéis, clubes, shoppings etc.) gerados por empresas, por meio da separação das embalagens, entulho, madeira e resíduos orgânicos. Em seguida, estes resíduos são levados para a área de compostagem, misturados com serragem ou folhagem e bactérias, e transformados em adubo. Este adubo é aplicado em hortas. Portanto, resíduos que seriam jogados fora e prejudicariam o ambiente viram adubo e mais alimento.
Aplicação do projeto
Uma das aplicações da campanha da Eccaplan é na Horta Urbana Vila Nilo (zona norte de São Paulo/SP), uma das áreas mais carentes de São Paulo. O projeto transformou um antigo local de despejo de resíduos, entulho e violência, em uma grande horta, geração de renda, oficinas e produção de alimento orgânico. Hoje, o local gera verduras e legumes, como alface, repolho, pimentão, abóbora e cheiro-verde, que vão direto da plantação para a mesa dos moradores do entorno.
Beltrame conta que quando conheceu a Vila Nilo e sua realidade ficou sensibilizado e percebeu que era o local ideal para implantar o projeto. “A região carecia de infraestrutura pública, sofria muito com a violência, falta de saneamento básico, enchentes, ausência de parques e áreas verdes. Com força de vontade e ajuda de voluntários, iniciamos a transformação do local. Limpamos uma parte da área, fizemos alguns canteiros, criamos composteiras e iniciamos a produção de alimento e adubo orgânico”, afirma.
Fonte: Thegreenestpost