O Relatório do Meio Ambiente de 2022 encomendado pelo Governo de Camberra avaliou os ecossistemas da Austrália e constatou que estes sofrem uma grave deterioração.
A intensidade e a frequência dos eventos climáticos extremos estão a mudar e por isso o documento inclui, pela primeira vez, capítulos dedicados aos episódios ambientais críticos. Nos últimos cinco anos, inundações inesperadas, secas intensas, incêndios florestais, tempestades e ondas de calor afetaram todo o território australiano e o mar que rodídia o continente.
Uma onda de calor extrema em 2018, por exemplo, matou cerca de 23 mil raposas voadoras de óculos. Em 2019, a espécie foi elevada de vulnerável a ameaçada de extinção.
No relatório, foram documentados os efeitos diretos dos danos ambientais na saúde humana, por exemplo, do fumo dos incêndios florestais associados às doenças do foro pulmonar. A destruição ambiental custa milhões de dólares à economia, com as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade representando riscos financeiros nacionais e globais.
"A degradação ambiental é agora considerada uma ameaça à humanidade, o que pode causar colapsos sociais com consequências graves e duradouras", afirmou o relatório.
Pela primeira vez, este relatório tem um capítulo indígena separado, dedicado às vozes indígenas, no qual se destaca a importância de cuidar do país como um todo.
Os povos indígenas da Austrália cuidaram das terras e éguas ao longo de inúmeras gerações e neste documento sublinha-se a contribuição do conhecimento e a gestão indígena nomeadamente no controlo de incêndios, de forma tradicional.
O Relatório do Meio Ambiente é realizado desde 1995 e avalia o estado ambiental australiano a cada cinco anos. O último para um editado em 2016 e falava do clima, no futuro. Em 2022, a avaliação de como alterações climáticas é o prejudicado o meio ambiente já é o tempo presente, disse a principal autora do diagnóstico, Emma Johnston, da Universidade de Sydney.
O relatório foi entregue ao governo anterior no ano passado, mas a divulgação foi adiada até depois das eleições de maio.
"Ele conta uma história de crise e declínio no meio ambiente da Austrália e de uma década de inação do governo e ignorância intencional", concluiu Plibersek, em comunicado.
Fonte: www.msn.com